Todo final de ano é a mesma coisa – a maioria das pessoas manifestam a intenção de fazer coisas novas, pois, a partir de janeiro, tudo será diferente. São promessas de praticar regularmente exercícios físicos, retomar a dieta adequada visando perder aqueles quilinhos indesejados, dedicar mais tempo à leitura, turbinar a carreira profissional etc.
Em relação ao dinheiro, os propósitos também são os melhores possíveis, como, por exemplo: controlar os gastos, constituir reserva para emergências, direcionar parte dos ganhos para investimentos ou regularizar possíveis dívidas em atraso.
No entanto, para a maioria das pessoas, essas boas ideias duram poucos dias, caem no esquecimento e tudo continua como antes. Aliás, as pesquisas mostram que, a cada ano, o número de pessoas que não conseguem honrar os compromissos financeiros assumidos por ocasião do Natal e dos demais eventos de fim de ano é cada vez maior.
Essa triste realidade de não conseguir manter a vida financeira equilibrada pode ter várias razões, mas talvez a principal delas seja que tudo não passa da fase dos desejos, e nada de prático é feito. O escritor Brian Tracy, em seu livro intitulado Metas, nos ensina o seguinte: “Anote por escrito suas metas, faça planos para alcançá-las e trabalhe diariamente em seus planos”.
“Conheço muitos que não puderam
quando deviam, porque
não quiseram quando podiam”.
Muitas pessoas ficam no entendimento de que elaborar um plano de ação é algo complicado, o que, de fato, não é. Uma definição clara e prática sobre planejamento nos mostra que planejar é decidir antes de agir. Simples assim.
Outra boa notícia é que já estamos acostumados a planejar o tempo inteiro, mesmo sem perceber. Fazemos isso quando escolhemos o trajeto antes de sair de casa em direção ao nosso destino, ao decidirmos sobre os eventos de que vamos participar no final do ano ou até mesmo quando escolhemos a roupa que vamos usar para irmos a uma festa.
Mesmo considerando que esse assunto seja bastante óbvio, muitas pessoas cometem alguns erros básicos: pensam que planejamento financeiro é só para quem tem muito dinheiro (talvez o inverso seja mais verdadeiro), esperam momentos de crise para pensar no assunto ou, quando tentam fazer alguma coisa, não estabelecem critérios mensuráveis (que podem ser medidos).
Assim, em relação ao dinheiro, uma boa alternativa para cumprir as promessas de ano novo é efetuar um bom planejamento financeiro pessoal, que seja desafiador, mas também viável, e ser fiel a ele durante todo o tempo. Para isso, ao planejar, é fundamental, entre outros aspectos, definir claramente o objetivo (quitar dívidas, constituir reserva para emergência, obter recursos para dar entrada na casa própria etc), estabelecer prazos e recursos necessários, elaborar planilha de receitas e despesas, identificar alternativas de ação (caso haja algum imprevisto), controlar e acompanhar.
Sem os devidos cuidados com as finanças pessoais, corremos o risco de herdarmos a triste sina do grupo citado pelo escritor francês François Rebelais, no Séc. XVI: “Conheço muitos que não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam”.
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(*) Manoel Souza é administrador, funcionário aposentado do BB, educador financeiro, mediador judicial e diretor da AFABB-DF
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