Home » Ciladas: fraudes e golpes financeiros (*Manoel Souza)
Estamos vivendo momentos nos quais a tecnologia está cada vez mais
desenvolvida e amigável. Isso possibilita o uso comum das transações
financeiras de forma virtual.
É claro que esse contexto facilita a nossa vida, mas também pode representar
riscos à nossa segurança. Os golpistas de plantão não perdem tempo.
Segundo o Instituto DataSenado, os golpes digitais atingiram 24% da
população brasileira com mais de 16 anos no período de outubro de 2023 a
setembro de 2024. Já segundo pesquisa do Datafolha, acontecem no Brasil
mais de 4,5 mil tentativas de golpe financeiro por hora.
O golpe financeiro é um tipo de delito que envolve muitas técnicas,
especialmente as de manipulação e convencimento – sempre com o objetivo
de obtenção de ganhos fraudulentos. Além do dinheiro, os golpistas podem
roubar também documentos, dados pessoais e até mesmo acesso às redes
sociais da vítima.
Os bandidos agem de diversas formas, mas, segundo as pesquisas, os golpes
mais comuns se utilizam das seguintes técnicas: falsa central telefônica, golpe
do WhatsApp e do falso Pix.
Na falsa central telefônica, os golpistas se apresentam como funcionários de
banco e usam o argumento de que há movimentações suspeitas em sua conta;
para solucionar, solicitam a realização de uma transação (um Pix por exemplo),
visando cancelar a movimentação não reconhecida.
No golpe do WhatsApp, os falsários clonam a conta desse aplicativo por meio
do contato com o usuário, em nome de uma empresa conhecida, com a oferta
de diversos benefícios. Durante a troca de mensagens, o golpista solicita um
código de 6 dígitos, enviado por SMS ao celular da vítima. Esse código é a
confirmação em duas etapas do aplicativo, utilizado para proteger sua conta.
Com isso a conta do WhatsApp, com todos os contatos, é capturada e
instalada no celular do fraudador.
“A ocasião faz o furto;
o ladrão nasce feito.”
Já o golpe do Pix acontece por meio de um comprovante falso que é enviado
para a vítima. O golpista entra em contato com um correntista para pedir o
“reembolso” de uma transferência feita por engano. Na sequência, ele envia
um recibo fraudado. A pessoa que recebeu o contato acredita na história e
“devolve” o Pix para a conta indicada. O falsário recebe o dinheiro e
desaparece. Ao conferir o extrato, a vítima percebe que o Pix “feito por engano”
para sua conta nunca existiu.
Existe também um novo golpe, ainda pouco usado no país, que é o deepfake.
Usando tecnologia de inteligência artificial, os bandidos manipulam
mensagens e alteram o contexto em que uma informação está sendo
transmitida. Assim, é possível criar, de forma fraudulenta, um vídeo em que
você esteja pedindo dinheiro ou sendo vítima de uma tentativa de roubo ou
sequestro.
Para se proteger de golpes, é fundamental acompanhar boas fontes de
informação a respeito desse assunto. Quanto mais conhecimento você tiver
sobre essas táticas criminosas, mais preparado estará para identificar e evitar
potenciais ameaças.
Não dê seguimento nas chamadas telefônicas solicitando informações ou
confirmações bancárias. Também é de fundamental importância proteger os
dados pessoais – documentos, números de identificação, senhas, dados
bancários e informações de cartão de crédito. Tenha cuidado com as senhas,
use combinações consideradas “fortes” e atualizadas regularmente.
Nunca forneça informações pessoais ou financeiras em sites sem ter a
convicção de que são legítimos. Dedique especial atenção aos e-mails
considerados suspeitos e jamais clique em links não confiáveis.
Lembre-se sempre de que as redes sociais oferecem aos golpistas uma fonte
rica de informações sobre os potenciais alvos. Assim, procure limitar a
quantidade de registros pessoais a serem compartilhados publicamente.
Por fim, nessa questão, é sempre bom lembrar as palavras atribuídas a
Machado de Assis: não é a ocasião que faz o ladrão; o provérbio está errado.
A forma exata deve ser esta: a ocasião faz o furto; o ladrão nasce feito.
Manoel Souza é Administrador, Presidente do CA do Programa Providência, Diretor da AFABB-DF e Conselheiro da FAABB
Associação dos Funcionários, Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil no Distrito Federal
(61) 3226-9718
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