Home » Inteligência Artificial (IA) | Miguel Nicolelis: “É impossível que IA se torne melhor que o cérebro”
Neurocientista estuda maneiras de criar uma conexão entre cérebro e máquina para ajudar na reabilitação de pacientes com dificuldades motoras.
Em meio aos avanços da inteligência artificial (IA) e chips cerebrais para restaurar movimentos em pacientes com doenças incapacitantes, o neurocientista Miguel Nicolelis emerge como uma das vozes mais importantes sobre o assunto.
Reconhecido internacionalmente, o cientista brasileiro oferece uma visão crítica e fundamentada sobre o futuro da IA que desafia expectativas populares. Em uma recente entrevista ao portal Metrópoles, Nicolelis enfatizou que a IA não pode superar nem replicar a complexidade e o funcionamento do cérebro humano.
Para Nicolelis, a IA é extremamente útil em certos campos, como análise estatística e mineração de dados, mas não pode imitar a inteligência humana. Ele argumenta que o cérebro humano não opera como um computador digital; sua inteligência é emergente e intrinsecamente ligada à interação com o ambiente e outros seres vivos. Esta visão é baseada em décadas de pesquisa pioneira na interface cérebro-máquina, onde Nicolelis e sua equipe desenvolveram tecnologias para ajudar pacientes com dificuldades motoras severas.
Nicolelis critica a visão exageradamente otimista de figuras como Elon Musk, especialmente em relação ao Neurolink, um projeto que Nicolelis alega ter fundamentos científicos insuficientes. Ele contesta as alegações de avanços revolucionários feitos por Musk, destacando que muitas das supostas inovações já foram demonstradas pela comunidade científica décadas atrás, sem o alarde midiático atual.
Em contraste com o enfoque comercial de Musk, Nicolelis enfatiza sua missão de democratizar suas descobertas, tornando terapias baseadas em interfaces cérebro-máquina acessíveis através de sistemas de saúde pública. Ele destaca projetos futuros em Milão e além, focados em expandir tratamentos para condições neurológicas como derrames e Parkinson, além de desafiar expectativas sobre o papel da ciência na sociedade contemporânea.
Nicolelis também aborda a importância da ciência em tempos de crise, como a pandemia de Covid-19, ressaltando a necessidade contínua de um diálogo eficaz entre cientistas e formuladores de políticas. Sua crítica ao negacionismo e a ênfase na ciência como um pilar essencial para enfrentar desafios globais refletem sua postura proativa em relação ao avanço do conhecimento e da tecnologia em benefício da humanidade.
ASCOM AFABB-DF, via Conselho Federal de Enfermagem com informações do portal Metropóles
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