Planos de saúde privados correm risco de falir no Brasil, afirma colunista

Para o especialista em seguros Antônio Penteado Mendonça, solução é introduzir novos modelos

Em sua coluna semanal no ‘O Estado de S. Paulo’, o especialista em seguros Antônio Penteado Mendonça desenhou um quadro pessimista para os planos de saúde privados no Brasil. Segundo ele, 2023 chega ao fim com muitas dúvidas, mas uma deve ser analisada com muito cuidado: o futuro dos planos de saúde privados. A depender da resposta, diz ele, “estaremos diante de uma situação caótica” em que o Sistema Único de Saúde (SUS) ficará sobrecarregado por um grande número de usuários que migrará para a saúde pública ao perder seu emprego.

Mendonça pondera que praticamente 80% dos planos de saúde privados são coletivos e a grande maioria destes é empresarial, pagos por empresas em favor de seus colaboradores. Em segundo lugar vêm os planos por adesão e em terceiro, com poucas chances de crescer, os planos individuais.

O colunista lembra que tal quadro mantem-se inalterado, mas agora a corda ameaça arrebentar e o prejuízo recairá sobre o consumidor. Os planos de saúde privados, destaca, atendem 50 milhões de brasileiros, respondendo por 65% de todos os recursos investidos. O SUS atende mais de 150 milhões de pessoas e tem apenas 35% dos recursos da saúde.

Com o colapso dos planos de saúde privados o número de usuários do SUS aumentará, mas o investimento não, pondera a coluna.

Os planos individuais também seriam inviáveis em função dos reajustes baixos determinados pelo governo. O cenário de uma insolvência dos planos de saúde privados seria “mais real do que pode parecer”. O colunista afirma que a solução para modificar esse quadro seria introduzir “novos modelos de planos de saúde privados”. Tais planos custariam menos, operadoras teriam margens de lucro mais atraentes e o governo desoneraria o SUS.

ASCOM  AFABB-DF, com informações do jornal ‘O Estado de S. Paulo’