A maioria das pessoas, de forma assertiva e sábia, procura cuidar bem da saúde física e mental. Para isso adotam, entre outras coisas, a prática regular de exercício físico, dieta equilibrada, boa rotina de sono, identificam e minimizam situações de estresse, cultivam relações de amizade etc. Com certeza, isso é muito salutar, e o resultado se traduz em uma vida longa e saudável.
Nessa mesma linha, vamos abordar hoje a saúde financeira, tema que também deve merecer toda a nossa atenção, com check-ups periódicos e a adoção de todos os procedimentos que se fizerem necessários, visando propiciar a sensação de segurança, conforto, tranquilidade e o bem estar econômico de cada pessoa.
Segundo publicação do site “meubolsoemdia.com.br”, o Brasil é o país da América Latina com mais casos de depressão. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) registram que nossa população é a mais ansiosa do planeta, e uma das principais causas disso é o desequilíbrio financeiro. Também de acordo com estudos publicados por muitos profissionais da área médica, a instabilidade financeira afeta, negativamente, a saúde física e mental.
Aliado a esses dados preocupantes, o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB/FEBRABAN), aponta que 6 em cada 10 brasileiros consideram que a maneira como cuidam de suas finanças não os permite aproveitar a vida; 64,7% não têm segurança sobre seu futuro financeiro e 58,4% afirmam que as finanças são motivos de estresse e que, de alguma maneira, isso se reflete na vida familiar.
Zelar pela saúde financeira é mais do
que uma prática de economia, é um ato
de responsabilidade e autocuidado.
Pesquisa realizada pela Serasa em abril de 2025 registrou que existem no Brasil 76,6 milhões de pessoas inadimplentes, o que representa 47,10% da população adulta. As principais causas desse descontrole financeiro de quase metade dos brasileiros com idade superior a 18 anos são a falta de planejamento, o uso inadequado do crédito, a impulsividade para o consumo, o excesso de compras a prazo, além da perda do emprego e/ou diminuição da renda.
Assim, problemas financeiros afetam não apenas o bolso, mas também os relacionamentos pessoais e a saúde emocional, podendo ter consequências danosas como insegurança, ansiedade, depressão, estresse, conflitos familiares e queda na produtividade profissional.
A saúde financeira, por outro lado, é caracterizada pelo bem estar econômico de cada pessoa. Para isso, requer avaliações periódicas bem como a adoção de hábitos e comportamentos saudáveis no trato com o dinheiro, como por exemplo: elaboração de orçamento equilibrado com o devido monitoramento das receitas e das despesas, garantindo que não se gasta mais do que se ganha; constituição de reservas financeiras que podem ser utilizadas em emergências ou oportunidades de investimento e manutenção do endividamento sob controle, evitando que haja comprometimento significativo da renda.
Em um cenário econômico incerto e com tantos estímulos ao consumo, cuidar da saúde financeira se torna essencial. Mais do que uma prática de economia, é um ato de responsabilidade e autocuidado. Ao buscar conhecimento, adotar hábitos financeiros saudáveis e manter disciplina, qualquer pessoa pode melhorar sua relação com o dinheiro e, com isso, conquistar mais equilíbrio, segurança e qualidade de vida. Portanto, investir na saúde financeira não é apenas importante – é indispensável para viver com mais autonomia e bem-estar.
Para concluir, uma ótima dica atribuída ao ex-presidente norte-americano Thomas Jefferson (1743-1826) que nos ajuda muito na questão da saúde financeira: “O hábito de gastar menos do que você ganha é o fundamento de toda riqueza.”
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Manoel Souza é Administrador, Presidente do CA do Programa Providência, Diretor da AFABB-DF e Conselheiro da FAABB
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